domingo, 10 de junho de 2012

São João de Caruaru repleto de 9inhas

Sábado passado fui para o maior São João em linha reta do mundo, no país de Caruaru. Viagem tranquila na BR-232 com dois amigos, cheguei à capital do forró de carona em um Fiat Uno tunado com som MP3.

Como não conhecemos ninguém em Caruaru que pudesse nos fornecer casa, comida e banho decente, fomos no bate e volta mesmo. Apesar do trânsito meio complicado no acesso ao pátio, deu tempo de pegar uma vaga legal e aproveitar todos os shows.

Eu e meus amigos saindo de casa. Pose pra foto

A intenção estava clara: "Dançar uma pinóia, vou é agarrar as mulé", disse sabiamente meu amigo Lavínio Mattoso ainda na estrada. Então tá. Foco.

Quando entramos no pátio, Chiclete com Banana estava começando o show, ainda na abertura. Impressionante ver a quantidade de babacas fãs que a banda tem tocando o mesmo repertório desde o suicídio de Getúlio. Gente que exibia faixas dizendo que veio da casa do carai pra ver Bel e seus asseclas.

Show de axé com pitada de forró mal feito. Nem de longe lembrou o Chiclete com Banana de 1988, quando lançaram um antológico álbum forrrozeiro.



O ponto alto da apresentação - para não dizer o mico - foi o "solo" do percussionista Waltinho. Do nada, o maluco largou os atabaques e agogôs para gritar no microfone "UH, PAPAI CHEGOU!". Seria legal se fossem um ou dois gritinhos, pra animar a tchurma, mas passar quase DEZ gritando isso não dá. Todo mundo com a cara de WTF??? o.O

O maluco tinha fumado um cigarrinho do capeta. Só pode.

O show seguiu com normalidade. Axé, gritinhos, Bel e sua bandana e as mesmas músicas desde ever. Aff.

Acabou a micareta chicletística e eu e meus amigos fomos dar um rolé bebericando umas Skóis. Ficamos trêbados em questão de segundos. Começou a zona mental e fica difícil lembrar de tudo em detalhes. Serei curto a partir de agora.

Depois de Chiclete veio uma banda aí. Sei qual era não. Sei que beijei três novinhas. Só soube que eram novinhas quando o pai/tio delas puxou pelo braço gritando "vocês não tem idade pra isso não, suas rapariga!" kkkkkkkkkkk Rachei o bico! Lavínio Mattoso e Zildo Ferreira, meus amigos, quase se cagam de rir.

Impressionante o número de 9vinhas em Caruaru. A gente chegava em uma e elas não perguntavam nossa idade: queriam saber, primeiro, de onde nós éramos e, segundo, em qual série nós estávamos. Série. Sério.

Como isso dá Cotel, paramos de pegar as novinhas. Mais Skóis na cabeça pra tirar a culpa e pedir absolvição. Este não é um post patrocinado pela cervejaria.

Saiu a bandinha e entrou Flávio José. O cara é mito! Se der um "ai" em cima do palco, todo mundo endoida.


Quem viu o show disse que foi massa!

Mas, desculpa aí, Seu Flávio, a gente nem ligou pro show do senhor. Vida que segue.

Estávamos ficando sem dinheiro e a situação ficou crítica. Zildo fica um porre quando falta bebida, quase um Hulk da Mustardinha. A saída encontrada foi "penetrar" nos camarotes e encher o tanque.

A tática do celular no ouvido não funcionou. Também, os três ao mesmo tempo é muita bandeira... Parecia um grupo de mímica, um atrás do outro com cara de sério falando no celular hasuhaushaus muito engrasado shasuhausha mas não deu. Eu avisei. Tinha até segurança rindo.

Foi aí que tive uma ideia. A primeira pessoa com crachá que aparecesse na porta, eu daria uma de doido dizendo "Oi fulano(a)! Óa, a gente perdeu as fitinhas que tu deixou na redação. Tem como liberar pra gente?"

Claro que seria uma mulher.

Claro que seria feia.

Claro que teria que estar bêbada.

Tiro certeiro: uma assessora de não sei lá quem apareceu na portaria com ar de perdida e eu dei o grito: "Fulana - nome visto no crachá com antecedência - sou eu, nome censurado. Tudo bom? Olha, menina, as fitinhas da gente que tu mandou pra redação do jornal... pois é, deixamos no Recife. É fogo, né? Tem como tu liberar pra gente?

Ela olhou de lado, com a cara de quem comeu pudim pensando que era pavê que comparação merda! e eu, por um momento, pensei que o plano não iria dar certo.

MAS DEU!!! #SouFodástico

A feiosinha deu um leve sorriso, daqueles que tentam disfarçar um embaraço, e nos chamou até os seguranças. Uma rápida conversa e já estávamos com fitinhas coloridas no braço, para delírio de Zildo (o coitado nunca tinha ido a um camarote em 24 anos de vida). Nos despedimos da amiga dizendo que Fernando Inácio, nosso chefe de redação, mandou um abraço para todos. Hushaushaushaushaushaush!

Começou o derrame de whisky com água de coco.

De longe, ouvi o apresentador chamando Mastruz com Leite. 

Não lembro do show de Mastruz, mas disseram que foi massa. Acho que não peguei ninguém nos camarotes devido ao meu estado etílico. Se peguei, deve ter sido a tia do lanche que estava fazendo tapioca na hora. Fiquei um tempinho cochichando minhas qualidades jornalísticas no ouvido dela em troca de mais queijo e coco no recheio. Bêbado é uma merda, mesmo.

Estava com Zildo aproveitando a estrutura dos camarotes enquanto Lavínio aproveitava a estrutura do banheiro para vomitar e ficar bom logo do álcool, afinal era nosso motorista.

Depois que ele limpou a boca e o cu colocamos Lavínio, o único boca virgem da noite, para dormir no sofá dos camarotes e ficamos de cima, olhando a ralé o público se esbaldar no Pátio do Forró ouvindo hits como "Meu Vaqueiro, Meu Peão", "Saga de um Vaqueiro" e "Eu quero tchu, eu quero tcha".

Quando Lavínio acordou, nós estávamos exaustos e doidos por um banho. Amanhecendo o dia deixamos os camarotes, pegamos nosso Uno Tunadão com som MP3 e rumamos de volta ao Recife.

Estávamos ouvindo Adele no carro. Lembrei das novinhas que peguei. Se está lendo isso, amiguinha da oitava série, um bjim na bochecha pra você :*

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